quarta-feira, 20 de junho de 2012

VEM AI!!


                                     
                                                             Carta de Apresentação
Prezado Sr.

O grupo de Capoeira Negra Raiz realizará em Ilhéus o seu 8º Batizado e Encontro, o Ginga Ilhéus, nos dias 13, 14 e 15 de julho de 2012. Na sede do grupo, situada no Colégio CAIC, em Ilhéus, mini cursos, oficinas, palestras e rodas acontecerão visando fomentar a cultura popular, as tradições e a hierarquia da capoeira. Estima-se um total de 300 alunos participantes, entre crianças, jovens e adultos. O evento vai abranger um público de diversos municípios como Ilhéus, Itabuna, Una, Canavieiras, Santo Antônio de Jesus, Cruz das Almas, Vitória da Conquista, Brumado, Valença, Boipeba, Cairu, dentre outros. Nesta solenidade de batizado e encontro, Mestres, Contra Mestres, Professores e alunos de capoeira da Bahia estarão presentes.
De acordo com o professor, fundador presidente da Associação Cultural de Capoeira Negra Raiz, Rafael Gomes, “é fundamental promover e apoiar eventos como esse, em que a cultura baiana pode ser compreendida pelo público e principalmente absorvida e empreendida pelos praticantes. Sem dúvidas, a capoeira é um grande instrumento de transformação social, em que crianças e jovens sujeitos à vulnerabilidade social podem ser resgatados por essa arte e receber um rico legado de valores e formação humana”.
A linhagem do grupo Negra Raiz, surge por meio do representante e mestre Zé Pequeno, de Santo Antônio de Jesus, através do grupo por ele fundado em 1992, a Associação de Capoeira Axé Bahia. O Axé Bahia está presente em 22 municípios, 4 estados e 3 países. Sua raiz provém do Mestre Bimba, Mestre Aristides e Mestre Gabriel até chegar ao Mestre Zé Pequeno, que de sua terra natal, trouxe o grupo para Ilhéus em 2002. Então o professor Rafael Gomes, aluno do Axé Bahia, fundou em 5 de março de 2004 o Grupo Negra Raiz,dando continuidade à linhagem. Hoje o Negra Raiz possui 4 graduados,6 Estagiários, 8 instrutores e 3 alunos formados. Sempre trabalhando com elementos folclóricos da capoeira, o Negra Raiz apresenta a arte visando o crescimento e a difusão da capoeira através de manifestações culturais, como o Samba de Roda, Maculelê, a Puxada-de-Rede e o instrumental, além dos fundamentos e rituais próprios da cultura, para que a credibilidade e o reconhecimento disso tudo se afirmem para os diversos segmentos da sociedade.
Engajado socialmente e conhecedor da capoeira, há oito anos o professor Rafael Gomes, no segundo grau de formação no esporte, leciona a capoeira. Também é Conselheiro de Cultura em Ilhéus, faz parte do Grupo de Estudos da Capoeira (GEC) e desenvolve através da Associação diversos projetos sociais, como o Ginga na Escola, com núcleos em Sambaituba, Urucutuca, Jardim Savóia, assim como em outros municípios, como Itapitanga, Coaraci, Itamontina, Cafundó, em outros estados, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. Além desse, atua também através do Projeto Sociocultural Janela da Arte, Ponto de Cultura do Estado da Bahia, Projeto FAZ (Fé, Alegria e Inclusão Social), Projeto Criança Esperança e o Programa Mais Educação.
Na sede do Grupo atualmente têm 35 alunos cadastrados e o Grupo Negra Raiz em todo seu corpo soma um total de 250 capoeiristas. O apoio e trabalho da Vice-presidente da Associação do Grupo, a Estagiária Fernanda de Souza, também é peça fundamental para a entidade, na medida em que acompanha e instrui os alunos, somando forças nesse trabalho social.
A Associação de Capoeira Negra Raiz convida a comunidade ilheense para contribuir com a sua cultura, de modo que a capoeira seja preservada, fortalecida e difundida a mais pessoas, dando continuidade a esse trabalho de responsabilidade social. Entendemos que a participação colabora decisivamente para a difusão da cultura, contribuindo para a socialização da mesma. Assim, acreditamos que o reconhecimento da capoeira é essencial para a compreensão de nossas raízes, fruto de um referencial histórico de resistência. A abertura de fronteiras no mundo de hoje se dá na construção atual da capoeira pautada no legado dos nossos antepassados. Você é nosso convidado a continuar a construção das nossas histórias, no tempo de hoje. Colabore conosco e seja nosso parceiro nesse evento e no Projeto Sociocultural Ginga na Escola.

GRUPO NEGRA RAIZ PARTICIPA DA VIII OLIMPÍADA DAS APAES-BA


A VIII Olimpíada das APAES da Bahia, sediada em Ilhéus nesta ultima semana, foi exemplo de cidadania pela cultura de inclusão ao esporte, através da participação de mais de 300 apaeanos, de 16 cidades baianas, em várias modalidades.


Por Anna Karenina Vieira
4085/BA

Fotos: Daniel Matos e Ítalo Matos 

“Queremos uma igualdade que não reconheça as diferenças, e uma diferença que não reconheça as desigualdades. A diferença pede respeito, tolerância e muito amor. Anormal é quem não percebeu o significado da palavra amar. A diferença pede licença e pede caminho. Abra, e você verá aonde ela é capaz de chegar”, essa fala marcou um dos discursos de abertura da VIII Olimpíada das APAES da Bahia, de 14 a 17 de junho. A fanfarra dos Guerreiros da Bahia, do Colégio Paulo Américo, alargou caminho na Avenida Soares Lopes, em alto e bom som, da Praça Castro Alves ao Ginásio, abriu-se oficialmente o evento, para passarem os verdadeiros protagonistas, os apaenos. O Ginásio de Esportes Herval Soledade, em Ilhéus, 14, estava repleto de jovens, adultos, atletas, professores, agentes sociais, profissionais, representações da Polícia Militar, capoeiristas, todos juntos em prol desta realização da APAE de Ilhéus juntamente com a Federação Estadual das APAES e contou com apoioda Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia – Sudesb.
“Estou muito feliz de estar aqui hoje, é muito bom participar desse evento”, garantiu o jovem Gilvanio Alves de Castro, da delegação de Guanambi. De acordo com o presidente da Federação das APAES da Bahia, Derval Freire, a maior importância do evento é a integração do pessoal motivada pela relação de confiança com os alunos, e acrescenta, “amor é a palavra que pode traduzir tudo o que eles fazem. É isso o que dá energia a essas crianças, amor a si próprio e ao outro, é o que podemos entender disso”. O Coordenador Técnico da APAE de Salvador, Silvio Santos, explica, “nós acreditamos na possibilidade de oferecer aos alunos com deficiência intelectual momentos de superação, de conquistas, prazer, envolvimento e de aconchego”.
A cantora Chica de Cidra cantou brilhantemente o Hino Nacional junto com o músico tecladista Dante Valadares, no tempo em que algumas falas trouxerem a tônica desse importante acontecimento social, tendo como mestre de cerimônia, Dr. Josevandro Nascimento.Para a Presidente da APAE de Ilhéus e organizadora, Socorro Pastor, “essa conquista mostra que ainda existe respeito pelo ser humano, respeito à diversidade e a diferença, apesar de que ainda existem muitas pessoas que ainda não têm a sensibilidade necessária para respeitar o outro. Na VIII Olimpíada das APAES vivenciamos juntos verdadeiros momentos de superação de limites, capacidade e garra”.
De acordo com o Coordenador de Educação Física de Esporte e Lazer da APAE de Vitória da Conquista, atuante há 12 anos, Paulo Gonçalves, “em nenhum outro lugar eu iria encontrar essa representação dos seres humanos, do amor e da conciliação, sobretudo, do modo em que podem exercer suas funções vitais da melhor maneira possível, sem discriminação, sem barreiras arquitetônicas e sem principalmente a desconfiança dos outros. Esse milênio é o milênio da mudança, de respeito à habilidade e principalmente da diversidade humana. Pela oitava vez na Bahia a Olimpíada da APAE celebra a união”.
O Ilmo. Sr. Major Riccio da Polícia Militar, do comando regional do Sul da Bahia, que estava presente na abertura, elogiou a realização e destacou o esporte como uma forte ação social na juventude no combate às drogas, colocando-se à disposição da APAE para colaborar no que preciso.
Mediado pela cultura, arte e cidadania do evento, apresentação musical se seguiu com o cantor ilheense Keketa, que com a música “Gente”, de Jauperi, a letra chamou atenção pelo chamamento: “Eu não gosto de gente que gosta um pouquinho, Eu não gosto de gente fingida, Eu não gosto de gente que não olha no olho, Gente que reclama da vida, Gente que aperta a mão assim sem apertar, Gente que foge e não encara o olhar, Gente que tem medo, gente que enfraquece,Gente que maltrata, gente que aborrece, Gente que não sabe ser gente, Ô, gente! a gente precisa ser gente, Oxente, a gente precisa de gente, Que abrace, que sorria, Dê a mão, dê alegria, Que abrace, que sorria, Dê a mão, dê alegria, E amor todo dia”.
Apresentações de dança dos apaeanos de Ilhéus, com a professora e educadora física, Vitória Penalva, cativaram a todos com alegria e carisma. Em seguida, o grupo de Capoeira Negra Raiz se apresentou em roda com ladainhas, berimbaus, pandeiro, atabaque e axé, onde integrantes de outras cidades também entraram na roda e jogaram capoeira. Para o professor do grupo Negra Raiz, Rafael Gomes, “é muito importante iniciativas assim. Ver as necessidades e o sentimento de superação de cada criança dessa, nos transmite um ensinamento muito grande. Perceber a capoeira como um desses instrumentos sociais, mostra que ela é para todos e pode chegar muito além do que imaginamos, sendo a capoeira uma constante experiência de transformação na vida de muitos jovens”.
Verdadeiramente, a VIII Olimpíada das APAES, trouxe um sentimento muito bom de comunhão e cooperativismo social. O evento contou com o apoio e braços dados de muitas representações da sociedade ilheense, mobilizadas para esse acontecimento de grande relevância. Entre as modalidades esportivas, foram realizadas provas de atletismo, capoeira, futebol, judô, handebol, natação e futsal.  De promoção à cidadania e inclusão, a Olimpíada tem por objetivo a participação, integração e desenvolvimento esportivo dos alunos. No evento, 16 delegações das APAES de municípios baianos estiveram presentes, como Camaçari, Canavieiras, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Juazeiro, Paulo Afonso, Salvador, Santa Maria da Vitória, São Francisco do Conde, Valente e Vitória da Conquista.
Até o final desta semana sai a relação dos apaeanos selecionados para a XX Olimpíada Nacional das APAES, que será em Maringá-PR, em novembro.