sexta-feira, 19 de agosto de 2011

CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS DE CULTURA DO LITORAL SUL TÊM INÍCIO EM FLORESTA AZUL




A primeira cidade do Litoral Sul a realizar a Conferência Municipal de Cultura é Floresta Azul, a 77 km de Ilhéus. As atividades terão início na próxima segunda-feira, dia 22 e continuarão por todo o dia 23 de Agosto. Parabéns à toda equipe da Secretaria de Educação e da Coordenadoria de Cultura.


Nas Conferências Municipais, a população identifica as necessidades e as demandas culturais do seu município e, a partir daí, propõe os projetos mais adequados para atendê-las. Ao fim dessa etapa, cada grupo temático apresentará até 3 propostas de projetos municipais para compor os planos municipais de cultura, e mais 1 proposta de projeto territorial, também por grupo temático, que será levada por delegados eleitos para as Conferências Territoriais.







As cidades do Litoral Sul que já confirmaram a realização de sua conferência foram:


Almadina, Arataca, Buerarema, Canavieiras, Ilhéus, Itajuípe, Una, Uruçuca, Itapitanga, Floresta Azul, Itapé e Ibicaraí.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Capoeira Negra Raiz - JERP

Jogos Escolares em Ilhéus

sábado, 13 de agosto de 2011

Rádio Negra Raiz.cultura

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PROGRAMA DE CREDITO PARA PRODUTORES CULTURAIS



Em parceria com a DESENBAHIA, a Secretaria de Cultura oferece para o micro, pequeno e médio empresário do setor cultural programas de créditos com o objetivo de fortalecer e profissionalizar a economia da cultura do Estado da Bahia.
O CrediFácil Bahia se divide em dois tipos de benefícios para empresas privadas, ou empresários individuais atuantes no setor cultural: Credifácil Cultura Fixo e Credifácil Cultura Giro. Solicite seu CrediFácil Bahia através do site do site DESENBAHIA na seção de formulários.
O CrediBahia Cultural é o programa de microcrédito destinado a empreendedores culturais que atuam ou residem em Salvador.Para solicitar o CrediBahia Cultural compareça a Central de Atendimento da Secretaria de Cultura.
Acesse os links para obter mais informações sobre as linhas de crédito:

ILHÉUS RECEBERÁ A CARAVANA DO FUNCEB



III ENCONTRO BAIANO DE MUSEUS SERÁ EM ILHÉUS


A cidade de Ilhéus, a 456 km de Salvador, vai sediar o III Encontro Baiano de Museus, que este ano tem como tema principal “Museu, Território e Inclusão Sociocultural”. O encontro anual é uma ação da Secretaria da Cultura através da Diretoria de Museus do IPAC e tem como principal objetivo discutir políticas públicas que levem ao desenvolvimento e a melhoria do setor museológico, além de promover a troca de experiências entre profissionais da área.

A abertura acontece no dia 21 de setembro, às 8h30, no Teatro Municipal, com a participação do secretário de Cultura do Estado, Albino Rubim, do prefeito de Ilhéus, Newton Lima, do diretor-geral do IPAC, Frederico Mendonça e da diretora de Museus, Maria Célia Moura Santos.

De 21 a 23 de setembro, serão discutidos sobre temas diversos como inclusão sociocultural, acessibilidade e desenvolvimento comunitário. Além de palestras, serão realizados minicursos, reunião das Redes de Educadores em Museus e da Rede de Técnicos de Museus Universitários. O primeiro dia do encontro será dedicado à Conferência Setorial com a escolha dos delegados que irão representar os museólogos baianos na Conferência Estadual de Cultura.

Entre os palestrantes estão o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), José do Nascimento Junior, o superintendente de Cultura e Desenvolvimento Territorial do Estado, Adalberto Santos, o diretor do IBRAM, Mario Chagas, o professor José Claudio Alves de Oliveira, da Universidade Federal da Bahia e a convidada internacional do encontro, a museóloga mexicana Miriam Arroyo. Com larga experiência na área de museus e escolas comunitárias, ela falará sobre “Museu, Território e Inclusão Sóciocultural”.

O III Encontro Baiano de Museus irá movimentar vários espaços de Ilhéus, como a Academia de Letras, a Casa Jorge Amado, o Memorial Misael Tavares, o Teatro Municipal, além da praça Pedro Mattos onde serão realizadas diversas atividades culturais. “Fizemos questão de realizar este encontro no interior para reforçar nosso objetivo de desenvolver políticas públicas que promovam a integração dos vários espaços museais existentes no estado”, afirma Maria Célia Moura Santos, da Diretoria de Museus.

A cidade de Ilhéus foi escolhida para sediar o encontro através de votação, vencendo a disputa travada com as cidades de Salvador e Cachoeira. Para o presidente da Fundação Cultural de Ilhéus, Maurício Corso, as expectativas são as melhores possíveis. “É um ganho cultural para a região que carece de mais informações sobre conservação, dinamização e difusão de seus acervos. Um evento dessa magnitude é tão importante quanto necessário para a atualização e requalificação dos profissionais do interior do estado e para a construção de políticas públicas para o setor”, afirma.

Aqueles que estiverem no evento poderão, ainda, participar de três minicursos: Inclusão Sociocultural em Museus com Gabriela Aidar, coordenadora do Núcleo de Ação Educativa da Pinacoteca do Estado de São Paulo; Acessibilidade em Museus com Valéria Laena, do Memorial da Cultura Cearense, do Centro cultural Dragão do Mar (CE); e Museus, Territórios e Desenvolvimento Comunitário, com Miriam Arroyo.

Em 2010, o Encontro foi realizado em Salvador e contou com a participação de 48 instituições da capital e 31 do interior. Para este ano a expectativa é de superar este número. As inscrições para participar do encontro e dos minicursos estão abertas e podem ser feitas até 14 de setembro através do emailencontrobaianodemuseus@gmail.com Mais informações pelo telefone (71) 3117-6381

NOVAS MUDANÇAS NA LEI ROAUNET


A Lei 8.313, popularmente conhecida pelo nome do então ministro da Cultura Sérgio Paulo Rouanet, define as formas como o governo federal deve incentivar a produção cultural no Brasil. Após sua aprovação, em 1991, ela já foi alterada algumas vezes e sofreu regulamentações. O governo federal fez uma nova reforma, para ampliar a capacidade de fomento à cultura e aumentar as formas como o produtor pode acessar os recursos. Veja o que mudou:

FNC – O Fundo Nacional de Cultura já existe na atual Rouanet, mas permite apenas doação de 80% do valor do projeto, com 20% de contrapartida. Com a Nova Rouanet, o FNC poderá fazer empréstimos, associar-se a projetos culturais e fazer repasse para fundos municipais e estaduais.
Isso permitirá que o Fundo Nacional de Cultura se torne mais atrativo para produtores culturais e se transforme, verdadeiramente, numa alternativa para aqueles que não conseguem captar financiamento via renúncia.

Renúncia fiscal – O mecanismo continua existindo, assim como a CNIC (Comissão Nacional de Incentivo à Cultura), que analisa os projetos. A única mudança é que, em vez de apenas ter duas faixas – de 30% e 100% – passa a ter mais quatro – 60%, 70%, 80% e 90%.
A lei vai definir quais os critérios serão usados pela CNIC, que, além de analisar aspectos orçamentários do projeto, vai analisar em qual faixa ele se encaixa.
O objetivo da mudança é permitir uma maior contribuição das empresas – hoje, de cada R$ 10 investidos pela Rouanet, R$ 9 são públicos – e permitir que projetos com menor atratividade de investimento tenham faixa de renúncia maior.

Ficart – O Fundo de Investimento Cultural e Artístico também já existe. No entanto, nunca saiu do papel, por falta de interesse das empresas. A Nova Rouanet vai aumentar a atratividade, com maior dedução fiscal, para que seja uma alternativa atrativa para projetos com grandes chances de retorno financeiro.

Vale Cultura - Grande novidade do projeto, o vale de R$ 50 para trabalhadores vai, além de facilitar o consumo de bens culturais para 12 milhões de trabalhadores, injetar, pelo menos, R$ 7,2 bilhões por ano, o que é mais de seis vezes o montante atual da Rouanet.

Desde o fim do ano passado, ficou mais fácil para um artista mais avesso a burocracias enquadrar seu projeto na Lei Rouanet, de conceder incentivos às atividades culturais. O Ministério da Cultura (MinC) editou em outubro uma instrução normativa que torna mais simples o processo. O número de criadores que colocam diretamente a mão na massa e conseguem o próprio incentivo, para projetos até mais modestos, com valores até então não percebidos [...]

A instrução normativa 01/10 do MinC unificou o que antes estava apresentado em oito diferentes normas que tratavam do tema. O texto agora é apresentado em forma lógica e não é mais necessário enviar fisicamente documentos ao Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (Salic), que reúne informações sobre todos os projetos. Aliás, a norma vetou a previsão de recursos no projeto para bancar esse personagem, responsável por listar o projeto na Rouanet.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Diário Oficial da União publica lista de habilitados do concurso “Viva Meu Mestre”


O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Cultura (Iphan/Minc) publicou, no último dia 25, no Diário Oficial da União (D.O.U) a lista dos habilitados na edição 2010 do Prêmio Viva Meu Mestre. Grandes mestre da Bahia foram contemplados.

Em obediência ao item 10.6 do edital, que prevê a divulgação de nova relação de candidatos em caso de irregularidades, a Comissão de Seleção homologou e divulgou os nomes dos capacitados. A não habilitação de três candidatos foi ocasionada pela falta de cartas de apoio e também candidaturas relacionadas à punga maranhense.

Além disso, duas candidaturas antes não consideradas foram habilitadas por terem sido extraviadas internamente e outras duas pela falta de assinatura em suas respectivas fichas de inscrição.

O candidato que desejar o reexame desta decisão deve apresentar recurso do resultado preliminar no prazo de 03 (três) dias úteis após a sua publicação. O recurso pode ser feito por meio de formulário próprio e encaminhado por meio de carta registrada para o endereço:

Prêmio Viva Meu Mestre – Edição 2010 Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN Departamento de Patrimônio Imaterial-DPI SEPS 713/913 Edifício Lucio Costa, 4º andar 70.390.135 – Brasília – DF

Quem desejar poderá enviar uma cópia digital do formulário devidamente preenchido e assinado para o emails: dpi@iphan.gov.br ou dpi.iphan@gmail.com . Após análise e julgamento dos recursos, a comissão publicará a homologação do resultado final do concurso no Diário Oficial da União.

PRÊMIO – O Prêmio Viva Meu Mestre tem como objetivo fortalecer a tradição cultural da capoeira e premiar mestres acima de 55 anos em situação de vulnerabilidade sócio-econômica, destacando aqueles cuja trajetória de vida tenha contribuído de alguma forma para a transmissão e a continuidade do esporte-luta no Brasil.

O Prêmio foi criado a partir da instalação do Grupo de Trabalho Pró-Capoeira do Ministério da Cultura, formado por representantes do Iphan, da Fundação Cultural Palmares, da Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural, Secretaria Executiva e Secretaria de Políticas Culturais do MinC.

Ilhéus em festa pelos 99 anos do escritor Jorge Amado


A abertura oficial dos festejos alusivos ao 99º aniversário de nascimento do escritor Jorge Amado, em Ilhéus, nesta quarta-feira (10), foi comemorada com alvorada de fogos e culto ecumêmico na praça Dom Eduardo. A celebração religiosa contou com a participação do padre José Alvino de Cristo; Mãe Carmosina, do terreiro Sultão das Matas, e o representante do Centro Espírita Porto da Esperança, José Augusto, e foi bastante prestigiada pelas autoridades locais, entre elas o prefeito de Ilhéus, Newton Lima, o vice-prefeito Mário Alexandre; o presidente da Câmara de Vereadores, Edvaldo Nascimento (Dinho Gás), e o presidente da Fundação Cultural de Ilhéus e coordenador do evento, Maurício Corso.

Autoridades e familiares de Jorge Amado na solenidade

Um dos pontos altos do culto foi a presença do neto do escritor, Jorge Amado Neto, que fica em Ilhéus até esta quinta-feira (11), dia que marca a abertura da programação rumo ao centenário de Jorge Amado. Bastante emocionado, Jorge Amado Neto fez questão de parabenizar a iniciativa da Prefeitura e “lembrou que seu avô foi uma pessoa muito simples, que sempre buscou estar perto de Deus”. Durante a celebração o padre Cristo pediu bençãos à família Amado. “Que outros “Jorges” surjam e representem nossa terra tão bem quanto Jorge Amado fez”.

O respeito às religiões e o entrosamento com o povo foram algumas das marcas do escritor lembradas pelo representante do Centro Espírita Porto da Esperança, José Augusto. “Jorge Amado indentificou-se mais com a religiosidade do que com determinada religião”. Natural do Rio de Janeiro, José Augusto disse ainda Ilhéus sempre foi citado pelo escritor como centro afetivo de identidade. “Ilhéus é um dos locais na Bahia onde sua figura está mais viva”. Mãe Carmosina também falou sobre a importância da literatura jorgeamadiana e fez reverências ao escritor ao som de atabaques. “Jorge Amado ajudou a fincar e reconhecer nossas raízes”.

Autoridades e convidados participaram ainda de um café cultural no bar e restaurante Vesúvio, onde baianas e atores caracterizados de personagens das obras do escritor recepcionaram o público. Enquanto que na parte externa a cantora Amanda Andrade interpretava grandes sucessos da Música Popular Brasileira presentes nas adaptações de suas obras, na parte interna do local foi servido um café da manhã com bolos, mingaus, cocadas e mais delícias da comida baiana.

Tanto o culto ecumêmnico quanto o Café da manhã cultural integram a abertura do projeto 99+1, que celebra os 99 anos do escritor, caso ainda estivesse vivo e dá o pontapé inicial rumo aos 100 anos de aniversário de Jorge Amado. Também estiveram presentes os secretários Magno Lavigne (Governo e Ações Estratégicas), Lidiney Campos (Educação), Carlos Freitas (Desenvolvimento Urbano); os vereadores Marcus Flávio e Tarcísio Paixão, o representante da TV Santa Cruz, Estácio Gonzaga; a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Ilhéus, Nadja Argolo, entre outras autoridades.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Alunos do Negra Raiz ganham os jogos escolares em Ilhéus


Mais uma vez a capoeira de Ilhéus ganha prestigio, respeito e admiração, em mais uma etapa dos jogos escolares, dessa vez estava presente como arbitro os mestre Luiz Capeta e Barreto um dos mais antigos da cidade, foram cerca de 50 alunos de escolas publicas das redes municipais e estaduais que fiseram abrilhantar a nossa arte a um publico de mais de 5 mil pessoas.
O Festival teve três etapas, na 1° uma grande oficinas como os mestres presentes, 2° apresentação solo individual e na 3° apresentação de duplas por escolas ficando assim os ganhadores.
1° Lugar duplas: Robert e Felipe - Escola Municipal do Pontal - Alunos do Grupo Negra Raiz
2° Lugar duplas: Álisson e Samuel - Escolas Estadual SEAMEV - Alunos do Grupo Negra Raiz
3° Lugar Duplas: Vitor e Elvis - Escola Estadual Moysés Bohana - Alunos do Grupo Negra Raiz

Parabéns aos coordenadores do evento e a todos participantes.


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

DIA DO CAPOERISTA




"Precisamos continuar lutando pelos direitos constitucionais, sem enfraquecer a militância, resgatando a auto-estima e transformando nossos alunos em novos revindicadores para que a capoeira não possa acabar"
Prof° Rafael Gomes

Regulamentação da Atividade Capoeira

Regulamentação no Projeto de Lei PL 5222/2009 Dispõe sobre a regulamentação da atividade de capoeira e dá outras providências.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º.É livre o exercício da atividade de capoeira em todo território nacional.

Art. 2º. A atividade de capoeirista aplica-se a todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança, cultura popular e música.

Art. 3º. A capoeira, em todas as suas modalidades, é declarada bem de natureza imaterial, na forma do art. 216 da Constituição Federal, devendo o Poder Executivo tomar as providências necessárias para proceder ao seu registro e divulgação.

Art. 4º. É livre a atividade de capoeira nas modalidades de esporte, luta, dança, cultura popular e música, devendo ser incentivadas e apoiadas pelas instituições públicas e privadas.

Parágrafo único. A capoeira nas modalidades luta e esporte é considerada como atividade física e desportiva, podendo ser exercida na forma lúdica, amadora e profissional.

Art. 5º. Ficam reconhecidas como profissão as atividades de 2 capoeira nas modalidades luta e esporte.

Parágrafo único. Ficam reconhecidos como Contramestre e Mestre os profissionais com dez anos ou mais na profissão.

Art. 6º. É privativo do capoeirista profissional:

I – o desenvolvimento com crianças, jovem e adultos das atividades esportivas e culturais que compõem a prática da capoeira em estabelecimentos de ensino e em academias;

II – ministrar aulas e treinamento especializado em capoeira para atletas de diferentes esportes, instituições ou academias;

III – a instrução acerca dos princípios e regras inerentes às modalidades e estilos da capoeira;

IV – a avaliação e a supervisão dos praticantes de capoeira;

V – o acompanhamento e a supervisão de práticas desportivas de capoeira e a apresentação de profissionais;

VI – a elaboração de informes técnicos e científicos nas áreas de atividades físicas e do desporto ligados à capoeira.

Art.7º. Fica a cargo do Poder Executivo a criação dos Conselhos Federal e Regionais dos capoeiras.

Art.8º. As unidades de ensino superior que ministrem cursos de graduação em Educação Física manterão em sua grade curricular a formação em capoeira nas modalidades luta e esporte.

Art.9º. As unidades de ensino fundamental e médio integrarão em sua grade curricular a prática da capoeira nas modalidades de luta, dança, cultura popular e música.

Art.10. Fica instituído o Dia Nacional da Capoeira e do Capoeirista a ser comemorado anualmente no dia 12 de setembro.

Art.11. Compete aos órgãos públicos de educação, esporte, cultura e lazer promover atividades que explorem as origens culturais e históricas 3 da capoeira, bem como sua prática nas diversas modalidades referidas nesta lei.

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICATIVA

A capoeira é uma expressão cultural que mistura esporte, luta, dança, cultura popular e brincadeira, desenvolvida por descendentes de escravos africanos trazidos ao Brasil, além de representar a resistência dos negros à escravidão.

Poucos se lembram, mas um dia a arte da capoeira já foi considerada criminosa e sua prática banida. Estávamos no início do período republicano e uma das providências do Presidente Marechal Deodoro da Fonseca foi editar um decreto (Decreto-Lei nº 487, de 1890), determinando que todo capoeirista pego em flagrante seria desterrado para a Ilha de Fernando de Noronha. A criminalização durou até 1937, quando, por iniciativa do Presidente Getúlio Vargas, a capoeira foi descriminalizada e reconhecida como esporte autenticamente nacional.

Desde então a capoeira vem crescendo no Brasil e se espalhando pelo mundo. Tendo em vista a importância da capoeira como patrimônio de nossa cultura e sua disseminação como esporte, dança, cultura popular, lazer e meio de inserção social, propomos o presente Projeto de Lei como forma de regulamentar e incentivar a capoeira no Brasil.

A capoeira é inequivocamente um traço cultural indelével de nossa identidade cultural, expressando-se como arte, ofício e alternativa profissional para muitos brasileiros. A capoeira tem estrutura bem diferenciada, conseguindo, a um só tempo, manifestar-se como luta, jogo e dança, além de configurar um eficiente sistema de autodefesa genuinamente brasileiro.

O folclorista Francisco Pereira da Silva assevera que

“Nenhum fato relacionado com a cultura popular brasileira terá suscitado tanto e tão prolongado debate quanto a Capoeira. Sua procedência, a origem do nome, as implicações na ordem social determinaram discussões que até tempos recentes incitaram os espíritos. Etimologistas, antropólogos, folcloristas, historiadores, têm participado na pugne literária com os seus pareceres, testemunhos ou palpites. Enquanto isso ia à polícia ‘contribuindo’ com o argumento velho do chanfalho e pata de cavalaria…”

A ilustre Deputada Alice Portugal, em seu Projeto de Lei nº 1.271, que “Acrescenta parágrafo único ao art. 2º da Lei nº 9.696, de 1º de setembro de 1998?, tece profundas e pertinentes ponderações sobre a capoeira, razão pela qual pedimos a devida vênia para incluir aqui parte de sua justificação dessa valiosíssima atividade cultural nacional:

“A Capoeira já foi motivo de grande controvérsia entre os estudiosos de sua história, sobretudo no que se refere ao período compreendido entre o seu surgimento – supostamente no século XVII, quando ocorreram os primeiros movimentos escravos de fuga e rebeldia – e o século XIX, quando aparecem os primeiros registros confiáveis, com descrições detalhadas sobre sua prática.

Tem ela uma história acidentada, pontilhada de episódios vexatórios e truculentos. Perseguida desde o começo, no caldeirão que misturou as várias etnias que formam o nosso povo, ganhou fama de má prática, coisa de “malandros”, “vadios”. A perseguição durou até a década de 1930, quando, graças principalmente ao trabalho de Mestre Bimba – “Grande Mestre da Capoeira” – e seus discípulos, inaugurou-se a fase de efetiva sistematização do ensino da capoeira e de seu reconhecimento social, assim como o de todas as outras manifestações culturais de matriz africana. O nome “CAPOEIRA” deu-se em função do seguinte: os Escravos ao fugirem para as matas tinham no seu encalço os famigerados Capitães do Mato, enviados pelos senhores.

Os escravos em fuga reagiam e os atacavam nas clareiras de mato ralo, cujo nome é capoeira, com pés, mãos e cabeças, dando-lhes surras ou até mesmo matando-os. Os que sobreviviam voltavam para os seus patrões indignados. Estes perguntavam: “Cadê os negros? e a resposta era: “Eles nos pegaram na capoeira”. Referindo-se ao local onde foram vencidos.

A Capoeira no meio das matas era praticada como luta mortal. Já nas fazendas, era praticada como brinquedo inofensivo, pois ela estava sendo feita sob os olhares dos Senhores de Engenho. Naquele momento se transformou em dança. Para disfarçarem a luta utilizavam a ginga, a base de qualquer “capoeirista”; e é dela que saem todos os golpes. Esse disfarce foi fundamental para a sobrevivência dos escravos, pois a Capoeira é, principalmente, na sua origem, uma luta de resistência.

A capoeira reúne todos estes componentes originais, o que lhe outorga uma excepcional riqueza artística, melódica e dinâmica; um enorme potencial evolutivo e finalmente, uma gama intensa de aplicações esportivas, coreográficas, terapêuticas, pedagógicas etc., que abrange desde o simples jogo às franjas das artes marciais e da defesa pessoal.” Pelo exposto, peço aos nobres pares o apoio necessário para a aprovação da matéria. Sala das Sessões, em 19 de fevereiro de 2008. Deputado Calos Zarattini.

Fonte: cev.org.br

MAIS NEGROS NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS


Por Joceline Gomes

Pesquisa feita em 2010 e divulgada, na quarta-feira (03/08), pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) mostra que houve um aumento no número de graduandos pretos e pardos. O estudo, feito com cerca de 20 mil estudantes de graduação, demonstrou que a adoção de cotas raciais tiveram um impacto significativo nessas universidades.

Na análise realizada em 2003, pretos correspondiam a 5,9% dos alunos, e pardos, a 28,3%. Em 2010, pretos e pardos passaram a representar, respectivamente, 8,72% e 32,08%. Isso significa um aumento de 47,7% na participação dessa população em universidades federais. Ainda que a presença de afrodescendentes seja pequena, essa mudança simboliza que as ações afirmativas estão funcionando, e que já estão produzindo resultados positivos.

O presidente da Fundação Cultural Palmares, Eloi Ferreira de Araujo, é otimista em relação ao cenário que está se formando. “A sociedade brasileira está se conscientizando de que as cotas raciais são necessárias para a inclusão da população negra. Esperamos que esse número permaneça crescendo nos próximos anos”, afirmou.

O maior percentual de alunos pretos ocorreu no Norte (de 6,8% para 13,4%) e Nordeste (de 8,6% para 12,5%). A pesquisa da Andifes revela, ainda, que a proporção de alunos das classes C, D e E também cresceu, e foi de 42,8%, em 2003, para 43,7% em 2010.

AMPLIAÇÃO – O presidente da Andifes e reitor da Universidade Federal de Ouro Preto, João Luiz Martins, lembra que, sem as cotas, as federais seriam ainda mais elitistas. “Quando você percebe que a pesquisa aponta discrepância em relação à população, isso reforça a necessidade de ampliar as cotas”, disse.

Martins defende que as políticas afirmativas precisam ser mais agressivas para garantir a inclusão. “A universidade tem uma dívida enorme em relação à inclusão de negros. Há a necessidade de ampliar essas ações porque o atendimento ainda é muito baixo”, avalia.

O presidente da Andifes observa que o relatório não analisa o impacto da adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pelas federais, impulsionada em 2009. Em todo o país, 107 universidades federais adotam o sistema de cotas raciais.

Fontes: Estadão e Jornal do Brasil