quarta-feira, 20 de junho de 2012

GRUPO NEGRA RAIZ PARTICIPA DA VIII OLIMPÍADA DAS APAES-BA


A VIII Olimpíada das APAES da Bahia, sediada em Ilhéus nesta ultima semana, foi exemplo de cidadania pela cultura de inclusão ao esporte, através da participação de mais de 300 apaeanos, de 16 cidades baianas, em várias modalidades.


Por Anna Karenina Vieira
4085/BA

Fotos: Daniel Matos e Ítalo Matos 

“Queremos uma igualdade que não reconheça as diferenças, e uma diferença que não reconheça as desigualdades. A diferença pede respeito, tolerância e muito amor. Anormal é quem não percebeu o significado da palavra amar. A diferença pede licença e pede caminho. Abra, e você verá aonde ela é capaz de chegar”, essa fala marcou um dos discursos de abertura da VIII Olimpíada das APAES da Bahia, de 14 a 17 de junho. A fanfarra dos Guerreiros da Bahia, do Colégio Paulo Américo, alargou caminho na Avenida Soares Lopes, em alto e bom som, da Praça Castro Alves ao Ginásio, abriu-se oficialmente o evento, para passarem os verdadeiros protagonistas, os apaenos. O Ginásio de Esportes Herval Soledade, em Ilhéus, 14, estava repleto de jovens, adultos, atletas, professores, agentes sociais, profissionais, representações da Polícia Militar, capoeiristas, todos juntos em prol desta realização da APAE de Ilhéus juntamente com a Federação Estadual das APAES e contou com apoioda Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia – Sudesb.
“Estou muito feliz de estar aqui hoje, é muito bom participar desse evento”, garantiu o jovem Gilvanio Alves de Castro, da delegação de Guanambi. De acordo com o presidente da Federação das APAES da Bahia, Derval Freire, a maior importância do evento é a integração do pessoal motivada pela relação de confiança com os alunos, e acrescenta, “amor é a palavra que pode traduzir tudo o que eles fazem. É isso o que dá energia a essas crianças, amor a si próprio e ao outro, é o que podemos entender disso”. O Coordenador Técnico da APAE de Salvador, Silvio Santos, explica, “nós acreditamos na possibilidade de oferecer aos alunos com deficiência intelectual momentos de superação, de conquistas, prazer, envolvimento e de aconchego”.
A cantora Chica de Cidra cantou brilhantemente o Hino Nacional junto com o músico tecladista Dante Valadares, no tempo em que algumas falas trouxerem a tônica desse importante acontecimento social, tendo como mestre de cerimônia, Dr. Josevandro Nascimento.Para a Presidente da APAE de Ilhéus e organizadora, Socorro Pastor, “essa conquista mostra que ainda existe respeito pelo ser humano, respeito à diversidade e a diferença, apesar de que ainda existem muitas pessoas que ainda não têm a sensibilidade necessária para respeitar o outro. Na VIII Olimpíada das APAES vivenciamos juntos verdadeiros momentos de superação de limites, capacidade e garra”.
De acordo com o Coordenador de Educação Física de Esporte e Lazer da APAE de Vitória da Conquista, atuante há 12 anos, Paulo Gonçalves, “em nenhum outro lugar eu iria encontrar essa representação dos seres humanos, do amor e da conciliação, sobretudo, do modo em que podem exercer suas funções vitais da melhor maneira possível, sem discriminação, sem barreiras arquitetônicas e sem principalmente a desconfiança dos outros. Esse milênio é o milênio da mudança, de respeito à habilidade e principalmente da diversidade humana. Pela oitava vez na Bahia a Olimpíada da APAE celebra a união”.
O Ilmo. Sr. Major Riccio da Polícia Militar, do comando regional do Sul da Bahia, que estava presente na abertura, elogiou a realização e destacou o esporte como uma forte ação social na juventude no combate às drogas, colocando-se à disposição da APAE para colaborar no que preciso.
Mediado pela cultura, arte e cidadania do evento, apresentação musical se seguiu com o cantor ilheense Keketa, que com a música “Gente”, de Jauperi, a letra chamou atenção pelo chamamento: “Eu não gosto de gente que gosta um pouquinho, Eu não gosto de gente fingida, Eu não gosto de gente que não olha no olho, Gente que reclama da vida, Gente que aperta a mão assim sem apertar, Gente que foge e não encara o olhar, Gente que tem medo, gente que enfraquece,Gente que maltrata, gente que aborrece, Gente que não sabe ser gente, Ô, gente! a gente precisa ser gente, Oxente, a gente precisa de gente, Que abrace, que sorria, Dê a mão, dê alegria, Que abrace, que sorria, Dê a mão, dê alegria, E amor todo dia”.
Apresentações de dança dos apaeanos de Ilhéus, com a professora e educadora física, Vitória Penalva, cativaram a todos com alegria e carisma. Em seguida, o grupo de Capoeira Negra Raiz se apresentou em roda com ladainhas, berimbaus, pandeiro, atabaque e axé, onde integrantes de outras cidades também entraram na roda e jogaram capoeira. Para o professor do grupo Negra Raiz, Rafael Gomes, “é muito importante iniciativas assim. Ver as necessidades e o sentimento de superação de cada criança dessa, nos transmite um ensinamento muito grande. Perceber a capoeira como um desses instrumentos sociais, mostra que ela é para todos e pode chegar muito além do que imaginamos, sendo a capoeira uma constante experiência de transformação na vida de muitos jovens”.
Verdadeiramente, a VIII Olimpíada das APAES, trouxe um sentimento muito bom de comunhão e cooperativismo social. O evento contou com o apoio e braços dados de muitas representações da sociedade ilheense, mobilizadas para esse acontecimento de grande relevância. Entre as modalidades esportivas, foram realizadas provas de atletismo, capoeira, futebol, judô, handebol, natação e futsal.  De promoção à cidadania e inclusão, a Olimpíada tem por objetivo a participação, integração e desenvolvimento esportivo dos alunos. No evento, 16 delegações das APAES de municípios baianos estiveram presentes, como Camaçari, Canavieiras, Feira de Santana, Gandu, Guanambi, Ilhéus, Itabuna, Jequié, Juazeiro, Paulo Afonso, Salvador, Santa Maria da Vitória, São Francisco do Conde, Valente e Vitória da Conquista.
Até o final desta semana sai a relação dos apaeanos selecionados para a XX Olimpíada Nacional das APAES, que será em Maringá-PR, em novembro.

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